Xiaomi aperta o botão da nostalgia e lança capinha que transforma seu celular em um Game Boy

Em uma jogada que mistura tecnologia de ponta com uma dose cavalar de nostalgia, a Xiaomi apresentou na China um acessório que parece saído diretamente de um túnel do tempo: uma capinha especial que transforma os novos e poderosos Xiaomi 17 Pro e 17 Pro Max em um console portátil com a inconfundível pegada do clássico Game Boy. O anúncio, que acompanhou o lançamento dos novos celulares premium da marca, confirma que, às vezes, olhar para o passado é a melhor forma de inovar no presente. Pelo valor de 299 Yuan, aproximadamente R$ 225 em conversão direta, os usuários podem acoplar o dispositivo e mergulhar em uma experiência de jogo retrô, completa com botões físicos e jogos pré-instalados.

De Volta para os Anos 90: Como Funciona a Máquina do Tempo da Xiaomi

Se você, como eu, passou horas da infância soprando cartuchos e trocando pilhas, a proposta da Xiaomi é um prato cheio. A capinha retrô foi desenhada para ser mais do que um simples adereço estético. Feita com um material escuro de acabamento “skin-friendly”, que promete ser agradável ao toque, ela recria a ergonomia e o layout dos portáteis que definiram uma geração. A mágica, segundo a fabricante, acontece de forma simples e direta: a case se conecta automaticamente ao celular via Bluetooth, sem a necessidade de instalar aplicativos ou realizar configurações complexas. É plugar e jogar.

O grande diferencial é sua autonomia. A capinha opera de forma independente do smartphone, o que significa que você pode continuar sua partida mesmo com o celular em modo avião, economizando a bateria do aparelho principal para o que realmente importa. Para isso, o acessório conta com uma bateria própria de 200 mAh. Pode parecer pouco, mas de acordo com a Xiaomi, é o suficiente para garantir uma autonomia de até 40 dias com uso moderado. Sabe o que isso me lembra? A durabilidade absurda das pilhas do meu velho Game Boy. Piadas à parte, é uma autonomia impressionante.

A biblioteca inicial de jogos é modesta, mas icônica. A capinha vem com quatro títulos pré-instalados de fábrica:

  • Angry Birds 2: O clássico moderno dos pássaros nervosos.
  • Sky Destroyer: Um shoot 'em up que remete aos arcades.
  • Furball Runner: Um jogo de corrida e plataforma.
  • Snake: O lendário jogo da cobrinha, um verdadeiro patrimônio da humanidade digital.

Um detalhe importante para o dia a dia: o celular pode ser carregado via cabo sem a necessidade de remover o acessório. No entanto, há uma limitação: o carregamento sem fio fica bloqueado quando a capinha está em uso.

O Monstro por Trás da Fachada: Conheça o Xiaomi 17 Pro Max

Claro, a capinha é a estrela nostálgica, mas ela serve a um dos celulares mais avançados do mercado. O Xiaomi 17 Pro Max, um dos modelos compatíveis, foi anunciado como o novo topo de linha da gigante chinesa. O coração da máquina é o processador Snapdragon 8 Elite Gen 5, um chip de 3 nanômetros que, segundo a Qualcomm, é o mais poderoso já feito pela empresa.

A tela principal é um espetáculo à parte: um painel AMOLED de 6,9 polegadas com 120 Hz de taxa de atualização e um brilho máximo de 3.500 nits – na prática, isso significa que você pode ver o conteúdo perfeitamente até sob o sol forte. Mas o que chama a atenção é a tela auxiliar traseira de 2,9 polegadas, batizada de MiEnjoy. Ela serve como visor para tirar selfies com as câmeras principais, exibe notificações e permite controlar músicas e chamadas, uma solução engenhosa.

O conjunto fotográfico, assinado pela prestigiada Leica, conta com três sensores de 50 megapixels: um principal com estabilização óptica, um ultrawide e um telefoto com zoom óptico de 5x. A câmera frontal também tem 50 MP. Para sustentar tudo isso, o aparelho vem com uma bateria gigante de 7.500 mAh, com suporte a recarga rápida de 100W com fio e 50W sem fio. É energia para dar e vender.

E Para Nós, Brasileiros? A Hora de Lidar com a Realidade

Agora, a pergunta que não quer calar: veremos essa maravilha em terras brasileiras? A resposta, infelizmente, tende para o “não”. O histórico da Xiaomi no Brasil mostra uma clara preferência pelo lançamento de seus modelos intermediários, como as populares linhas Redmi Note e Poco. Aparelhos premium como o 17 Pro Max geralmente ficam restritos ao mercado chinês e a alguns países da Europa e Ásia.

Na China, o celular foi lançado por 6.000 Yuan (cerca de R$ 4.500), enquanto a capinha custa 299 Yuan (aproximadamente R$ 225). É fundamental lembrar que esses valores são conversões diretas, sem contar os impostos de importação e as margens de lucro dos revendedores. Para os entusiastas brasileiros, a única rota provável será a importação através de plataformas de e-commerce. Contudo, essa via vem com um alerta: produtos importados por canais não oficiais não contam com a garantia ou a assistência técnica da Xiaomi no Brasil, um risco a ser considerado.

A iniciativa da Xiaomi é um lembrete fascinante de como a tecnologia pode ser cíclica. Em um mundo de smartphones que são praticamente idênticos, um simples acessório que evoca memórias de uma jogabilidade mais simples e direta se torna o grande destaque. O Xiaomi 17 Pro Max é, sem dúvida, um colosso tecnológico. Mas para muitos, o verdadeiro objeto de desejo pode ser a capinha que o transforma em uma relíquia do passado.