Waymo acelera e levará seus robotáxis a mais três cidades dos EUA

Se você ainda pensa em carros autônomos como uma promessa distante, é hora de recalibrar o GPS. A Waymo, empresa de tecnologia de veículos autônomos da Alphabet, acaba de anunciar que está pisando fundo no acelerador de seus planos de expansão. Segundo comunicados recentes destacados por veículos como o TechCrunch e The Verge, a empresa vai lançar seus serviços de robotáxi em mais três grandes cidades americanas: Detroit, Las Vegas e San Diego.

Esse movimento representa um passo fundamental na evolução da Waymo, que deixa de ser vista apenas como um laboratório de pesquisa avançada para se consolidar como uma empresa comercial robusta. A era dos testes está se transformando na era da escala, e a ambição é clara: conectar ecossistemas urbanos através de uma nova forma de mobilidade.

O Plano de Dominação (Pacífica) da Mobilidade

A expansão não é um ato isolado, mas parte de uma estratégia agressiva. Durante o evento TechCrunch Disrupt 2025, a co-CEO da Waymo, Tekedra Mawakana, deixou o recado: a empresa tem como meta realizar 1 milhão de viagens por semana até o final de 2026. Para colocar isso em perspectiva, em abril de 2025, a empresa já realizava mais de 250.000 viagens semanais, um número que continuou a crescer desde então.

A chegada a Detroit, Las Vegas e San Diego se soma a uma lista já impressionante de territórios onde a Waymo opera, incluindo:

  • Phoenix
  • Área da Baía de São Francisco
  • Los Angeles
  • Atlanta (em parceria com a Uber)
  • Austin (também em parceria com a Uber)

E não para por aí. Conforme relatado pelo TechCrunch, a Waymo já anunciou planos de expansão comercial para diversos outros mercados em 2026, como Denver, Miami, Nashville, Seattle, Washington, D.C., e até mesmo um salto internacional para Londres. É a construção de uma rede, uma ponte de interoperabilidade entre cidades que antes dependiam exclusivamente de modelos de transporte tradicionais.

A Diplomacia Veicular: Como a Waymo Conecta uma Nova Cidade

Lançar um serviço de robotáxis não é como lançar um aplicativo. Exige uma coreografia complexa, uma espécie de diplomacia tecnológica com a infraestrutura da cidade. A estratégia da Waymo, segundo as fontes, segue um roteiro bem definido. Primeiro, veículos operados manualmente por motoristas humanos são enviados para mapear as ruas, como embaixadores que reconhecem o terreno. Somente após essa fase, os operadores de segurança são removidos e os carros começam a navegar de forma autônoma, equipados com seu arsenal de câmeras, radares e sensores LiDAR.

Antes de abrir o serviço ao público geral, a Waymo realiza uma fase de testes com funcionários, membros da mídia e consumidores selecionados. É um processo de validação em camadas. Além disso, a empresa precisa estabelecer "relações diplomáticas" com as autoridades locais. De acordo com o The Verge, a Waymo ainda necessita obter as permissões necessárias em Nevada e Michigan para operar comercialmente sem motorista, incluindo uma licença de "Transportation Network Company" em Michigan. É a prova de que a tecnologia, por mais avançada que seja, precisa conversar com o ecossistema regulatório para prosperar.

A Frota do Futuro e a Concorrência no Retrovisor

Para suportar essa expansão, a Waymo está diversificando sua frota. Além dos já conhecidos SUVs elétricos Jaguar I-Pace, a empresa integrará os novos veículos Zeekr RT, fabricados pela chinesa Geely. A promessa é que esses novos carros, equipados com a sexta geração da tecnologia da Waymo, sejam mais eficientes em termos de custo, um fator determinante para a escalabilidade do serviço.

Mas a Waymo não está sozinha nessa corrida. O ecossistema de mobilidade autônoma está se tornando cada vez mais populoso. Em Las Vegas, por exemplo, a Zoox (de propriedade da Amazon) já opera um serviço de robotáxi gratuito. Em Austin, a Tesla também oferece um serviço similar, embora ainda com humanos no banco do passageiro. A competição mostra que o mercado está amadurecendo, com diferentes plataformas buscando criar suas próprias redes e padrões de conexão.

Dos Desertos de Nevada à Neve de Detroit

Cada cidade é um universo único, com desafios próprios. A prefeita de Las Vegas, Shelley Berkley, afirmou em comunicado que a chegada da Waymo “não é um experimento científico, mas sim uma alternativa nova, comprovada e segura”. Esse apoio institucional é valioso.

Em Detroit, o desafio é outro: o clima. No entanto, a Waymo garante estar preparada. Segundo o TechCrunch, a empresa passou várias temporadas testando seus veículos na região metropolitana de Detroit e na Península Superior de Michigan para aprimorar suas capacidades em condições de neve. É a tecnologia se adaptando ao ambiente, e não o contrário.

A rápida expansão, segundo a Waymo, é possível graças à abordagem generalizada de seu sistema de direção autônoma. Em vez de construir uma solução do zero para cada cidade, eles criaram um sistema que aprende e se adapta. Será essa a chave para a interoperabilidade em escala global? A resposta parece estar se desenhando, uma cidade de cada vez.