Microsoft atende preces e redesenha o Menu Iniciar do Windows 11
O que define a nossa relação com a tecnologia? Seriam as grandes revoluções ou as pequenas fricções do cotidiano? Por quatro longos anos, usuários do Windows 11 conviveram com um detalhe que, para muitos, era um lembrete diário de um design questionável: a necessidade de um clique adicional no botão 'Todos' para simplesmente visualizar a lista completa de aplicativos. Em outubro de 2025, a Microsoft parece ter ouvido o clamor digital e, com a atualização KB5067036, entrega uma solução que não apenas corrige essa queixa, mas também conserta outra falha técnica que afetava a Ferramenta de Criação de Mídia, provando que a evolução de um sistema é feita tanto de epifanias estéticas quanto de manutenções silenciosas.
O Fim da Era do Clique Extra
A filosofia por trás de um Menu Iniciar deveria ser a da fluidez, um portal direto para nossas ferramentas e universos digitais. A versão original do Windows 11, contudo, introduziu uma barreira: a proeminente seção 'Recomendados', que empurrava a lista de aplicativos para um segundo plano. De acordo com a publicação do The Register, a nova versão, que está sendo liberada gradualmente, devolve o poder de escolha ao usuário. A mudança mais significativa é a capacidade de desativar completamente a seção 'Recomendados' através das configurações de personalização.
Ao fazer isso, o que acontece é quase poético em sua simplicidade: a lista completa de seus aplicativos surge diretamente abaixo dos programas fixados, eliminando o passo intermediário. Para aqueles que ainda veem valor nas sugestões do sistema, a lista de apps aparecerá logo após a seção 'Recomendados'. A Microsoft oferece ainda três modos de visualização para esta nova era:
- Grade: Uma visão mais densa e abrangente, com os aplicativos organizados alfabeticamente em um mosaico de ícones.
- Lista: A clássica e direta lista em ordem alfabética, para os que preferem a tradição.
- Agrupado por Categoria: A visualização padrão caso o usuário não altere as configurações, organizando os programas por afinidade.
Será este um simples ajuste de interface ou o reconhecimento de que a verdadeira personalização reside no controle, e não na recomendação algorítmica? A resposta parece pender para a primeira, mas a mudança é, sem dúvida, um alívio para a memória muscular de milhões de usuários.
Como Invocar o Futuro: A Trilha Técnica
Para os impacientes, para aqueles que não desejam aguardar a benevolência dos servidores da Microsoft, existe um caminho para forçar a chegada desta nova experiência. Conforme detalhado pelo The Register, o primeiro passo é garantir que seu sistema operacional esteja na versão correta. É preciso estar executando a build 26100.7019, 26200.7019 ou superior. Uma verificação simples no Windows Update e a execução do comando 'winver' podem confirmar se você está no limiar do futuro.
Se a atualização estiver instalada mas o novo menu não se manifestar, a comunidade de entusiastas oferece uma solução através da ferramenta ViveTool. Trata-se de um utilitário capaz de ativar recursos ocultos no sistema. O processo, embora técnico, é direto: após baixar e extrair a ferramenta, basta abrir um terminal com privilégios de administrador e executar um comando específico. É como um encantamento digital, uma linha de código que dobra a realidade do sistema à vontade do usuário. Após reiniciar o computador, a nova interface deve se apresentar, um pequeno vislumbre de um futuro que, para alguns, já chegou.
A Redenção em um Pacote de Atualização
Enquanto a mudança no Menu Iniciar captura os holofotes pela sua natureza visual e interativa, a mesma atualização KB5067036 carrega uma correção de natureza mais fundamental. O portal BleepingComputer reportou que a Ferramenta de Criação de Mídia (MCT) do Windows estava quebrada para usuários de sistemas Windows 10 22H2 e Windows 11 25H2. A ferramenta, essencial para criar mídias de instalação e recuperação, simplesmente fechava sem aviso ou exibia uma mensagem de erro enigmática: 'Não temos certeza do que aconteceu'.
A Microsoft confirmou que o problema foi resolvido com a atualização liberada em 28 de outubro de 2025. Este conserto, embora menos glamoroso, é de grande importância. Ele restaura uma funcionalidade básica para a manutenção e instalação do sistema operacional, um alicerce que precisa ser sólido. Se a mudança no Menu Iniciar é um afago na experiência do usuário, a correção do MCT é a garantia de que a estrutura por trás da interface continua funcional e confiável.
No fim, o que essa onda de atualizações nos ensina sobre a natureza do software? Talvez nos lembre que a perfeição não é um ponto de partida, mas um horizonte para o qual se caminha através de incontáveis correções e redesenhos. Quatro anos depois, o Windows 11 parece um pouco mais com o que deveria ter sido desde o início. E nós, como usuários, continuamos a testemunhar essa lenta e perpétua lapidação digital, um clique de cada vez.
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