Accenture dá o ultimato: adapte-se à IA ou procure outro emprego
A Accenture, uma das maiores consultorias de tecnologia do mundo, acaba de transformar um roteiro de ficção científica em política corporativa. Durante a apresentação dos seus resultados para o ano fiscal de 2025, a CEO Julie Sweet enviou um recado direto aos seus funcionários: quem não conseguir usar ou se adaptar à inteligência artificial terá que arrumar as malas. A decisão vem na esteira de um faturamento bilionário com serviços de IA, deixando claro que, na nova economia, a fluência em algoritmos não é mais um diferencial, mas uma questão de sobrevivência profissional.
O Ultimato da Skynet... Digo, da Accenture
Parece uma cena de Blade Runner, onde replicantes são "aposentados", mas o cenário é o mundo corporativo de 2025. Segundo a publicação The Register, a CEO Julie Sweet foi categórica em uma chamada com analistas. "Estamos saindo, em um cronograma comprimido, de pessoas para as quais a requalificação, com base em nossa experiência, não é um caminho viável para as habilidades que precisamos", declarou. A tradução do "corporativês" é simples e brutal: se você está em uma função que não pode ser aprimorada pela IA e não demonstra capacidade de aprender as novas habilidades necessárias, a porta de saída está aberta. A estratégia principal da empresa, segundo Sweet, ainda é investir na requalificação de seus "reinventores", mas o tempo para essa transição encurtou drasticamente. Essa abordagem pragmática sinaliza uma mudança fundamental na forma como as competências são avaliadas, colocando a adaptabilidade tecnológica no topo da lista.
Uma Máquina de Fazer Dinheiro Chamada IA
A frieza da decisão encontra sua lógica nos números estratosféricos. A Accenture não está apenas adotando a IA; ela está minerando ouro com ela. O relatório fiscal de 2025, que terminou em 31 de agosto, revelou que a receita proveniente de IA Generativa e IA agêntica triplicou em relação ao ano anterior, atingindo a marca de impressionantes US$ 2,7 bilhões. As reservas de novos contratos nesse setor quase dobraram, chegando a US$ 5,9 bilhões. No geral, a receita da empresa cresceu 7%, totalizando US$ 69,7 bilhões. Esses resultados mostram que a aposta pesada em inteligência artificial, iniciada em 2023, está pagando dividendos monumentais. Para sustentar essa expansão, a empresa já conta com um exército de 77.000 profissionais treinados em IA, um salto gigantesco em relação aos 40.000 de 2023, além de outros 550.000 funcionários com conhecimento básico da tecnologia. A mensagem é clara: a IA é o motor do crescimento, e quem não estiver a bordo ficará para trás.
O Futuro do Trabalho Chegou, e Não Bateu na Porta
Este movimento da Accenture é mais do que uma simples reestruturação; é um prenúncio do que está por vir em escala global. Estamos testemunhando, em tempo real, a materialização de um futuro que antes só existia nas telas de cinema. A chamada "reotimização de negócios" custará à empresa cerca de US$ 865 milhões em encargos, um investimento calculado para moldar uma força de trabalho perfeitamente alinhada com a era da automação inteligente. Grandes empresas de tecnologia e consultoria, especialmente as que atuam no Brasil, certamente estão observando atentamente. A política da Accenture pode se tornar o padrão da indústria, forçando uma corrida pela qualificação em IA em mercados do mundo todo. Não se trata mais de aprender a usar um novo software, mas de aprender a pensar e a colaborar com uma nova forma de inteligência.
A era da complacência profissional acabou. A Accenture desenhou uma linha clara na areia, e o recado ecoa por todo o setor de tecnologia. Ser proficiente em inteligência artificial deixou de ser um item atrativo no currículo para se tornar uma condição básica de empregabilidade em certas áreas. O que antes era uma especulação futurista agora é uma diretriz de RH. Estamos entrando em um admirável mundo novo onde a capacidade de aprender, desaprender e reaprender em velocidade de máquina definirá os vencedores e os perdedores. A grande questão que fica não é se a IA vai impactar sua carreira, mas sim se você estará preparado quando o comunicado de "reotimização" chegar à sua caixa de entrada.
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