O Espectro da Imperfeição: iPhone 17 Pro e as Cicatrizes Precoces

Em um ritual quase sagrado que se repete a cada setembro, a Apple nos apresenta o futuro encapsulado em vidro e metal. No entanto, o lançamento do iPhone 17 Pro em 2025 parece ter trazido consigo não apenas a promessa de inovação, mas também os espectros de falhas passadas. Antes mesmo que os consumidores pudessem sentir o peso do novo design em suas mãos, unidades de demonstração dos cobiçados iPhone 17 Pro, Pro Max e do novo iPhone Air já exibiam marcas indesejadas: riscos e manchas que maculam a superfície de um produto nascido para ser perfeito. O caso, que eclodiu em cidades como Hong Kong, Londres e Xangai, rapidamente viralizou, questionando se estamos diante de um novo 'Scratchgate'.

As Primeiras Cicatrizes no Monólito Perfeito

O alarme soou nas redes sociais. De acordo com uma reportagem da Bloomberg publicada na última sexta-feira, poucas horas após os aparelhos serem colocados em exposição nos eventos de lançamento, usuários na plataforma chinesa Weibo e no X (antigo Twitter) começaram a compartilhar imagens preocupantes. As fotos mostravam o iPhone 17 Pro e Pro Max, especialmente na cor azul-escuro, e o iPhone Air preto com arranhões visíveis nas laterais e na traseira. A repercussão foi imediata, transformando a admiração inicial em um debate acalorado sobre a resistência dos novos dispositivos. Como um objeto de desejo pode parecer tão vulnerável antes mesmo de iniciar sua jornada?

Alumínio, Titânio e a Memória Seletiva da Inovação

A raiz da desconfiança parece estar em uma decisão de engenharia. Após utilizar o titânio como material de destaque nas estruturas dos iPhones 15 Pro e 16 Pro, a Apple optou por um retorno ao alumínio no iPhone 17 Pro. Curiosamente, o modelo padrão do iPhone 17, que também utiliza o que a empresa chama de “alumínio anodizado”, não apresentou registros de avarias semelhantes, o que torna o mistério ainda mais denso. Essa escolha contrasta diretamente com o marketing da própria companhia, que, segundo o site Phone Arena, prometeu aparelhos ainda mais resistentes, destacando uma nova camada protetora na tela, a “Ceramic Shield 2”. Seria a busca incessante por um design etéreo uma traição à substância? Trocamos a resiliência do titã pela leveza de um metal que, no passado, já nos deixou marcas?

Fantasmas no Gabinete: Scuffgate e Bendgate Ressurgem

Para os veteranos do universo Apple, a sensação é de déjà vu. A situação evoca imediatamente o infame “Scuffgate” de 2012, quando o iPhone 5, com seu acabamento em alumínio anodizado preto, chegava aos clientes já arranhado dentro da caixa. A revolta na época foi imensa, forçando a Apple a lidar com uma crise de imagem sobre a fragilidade de seu design premium. A Bloomberg também relembra o fiasco do iPhone 6 Plus, que se tornou protagonista do “Bendgate” ao entortar com a pressão das mãos, um drama amplamente divulgado em um vídeo do influenciador Unbox Therapy. A história, afinal, se repete como farsa ou como um lembrete de que até os gigantes de silício possuem seus calcanhares de Aquiles? A confiança do consumidor, uma vez abalada, é muito mais difícil de polir do que qualquer superfície metálica.

Enquanto os primeiros aparelhos, que chegaram ao Brasil com preços a partir de R$ 11.499, começam a ser entregues, a pergunta que ecoa não é sobre a potência do novo chip A19 Pro ou a nitidez da câmera de 48 megapixels. A verdadeira questão é sobre a fragilidade de um ideal. A Apple, mais uma vez, se encontra na delicada posição de ter que provar que seus produtos não são apenas maravilhas tecnológicas, mas também companheiros duradouros para o caos do dia a dia. O que vale mais: uma superfície imaculada por um instante ou a beleza resiliente das coisas feitas para resistir ao tempo?