Asus Anuncia a Primeira eGPU do Mundo com Thunderbolt 5 e RTX 5090

Vamos fazer um exercício de lógica. Se um notebook é fino e leve, então seu poder para rodar jogos pesados é, na melhor das hipóteses, modesto. Se ele tem uma placa de vídeo potente, então prepare-se para carregar um tijolo de mais de 2kg na mochila, sem contar a fonte de energia. A Asus, aparentemente cansada dessa dualidade, apresentou a solução que promete "desbugar" esse dilema: a Asus XG Mobile 2025, a primeira eGPU (unidade de processamento gráfico externa) do mundo equipada com a tecnologia Thunderbolt 5.

Anunciado recentemente, o pequeno gabinete translúcido não é um PC gamer, mas uma docking station que, segundo a fabricante, é a mais poderosa já concebida para funcionar com um único cabo. A promessa é ambiciosa: conectar seu notebook ou console portátil e instantaneamente adicionar o poder de uma GPU Nvidia GeForce RTX 5090 (versão mobile), fornecer até 140 watts de energia, conectar dois monitores, expandir suas portas USB e até oferecer uma conexão de rede de 5Gbps. Tudo isso simultaneamente.

O Fim da Era Proprietária

Quem acompanha a linha XG Mobile da Asus sabe que os modelos anteriores, embora potentes, sofriam de um mal terrível: um conector proprietário. Isso significava que, se você comprasse a eGPU, então você só poderia usá-la com um número limitado de dispositivos da própria Asus. Era um ecossistema fechado e caro. Com o modelo 2025, essa lógica foi para o lixo. A adoção do padrão Thunderbolt 5 universaliza o acesso.

De acordo com o site The Verge, essa mudança também a posiciona como a primeira eGPU portátil baseada em um padrão universal a carregar um chip gráfico da Nvidia. Seus concorrentes que usam tecnologias como USB4 ou Oculink, em sua maioria, apresentam soluções da AMD, como a Radeon 7600M XT. A Asus quebra essa barreira, oferecendo o que há de mais recente da Nvidia em um formato aberto.

Dissecando a Caixa Mágica

Apesar de seu poder, a engenharia por trás da XG Mobile 2025 é impressionante. A Asus conseguiu compactar todo o hardware em um pacote com menos de 1 kg (sub-2.2-pound, segundo a fonte), sendo 25% mais leve e 18% menor que sua versão proprietária anterior. Um dos grandes trunfos é a fonte de alimentação interna de 350W. Senão fosse por isso, você teria que carregar um adaptador de energia externo, quebrando todo o propósito da portabilidade.

O dispositivo ainda vem com um suporte dobrável (kickstand) integrado e um suporte vertical adicional. Em termos de conectividade, a lista é robusta:

  • 1x Porta HDMI 2.1
  • 1x Porta DisplayPort 2.1
  • 2x Portas USB-A de 10Gbps
  • 1x Porta Ethernet de 5Gbps
  • 1x Leitor de cartão SD

E, para os fãs de RGB, o logo da Republic of Gamers (ROG) na carcaça é iluminado e programável via software Aura Sync da Asus.

Thunderbolt 5: O Que Muda na Prática?

O coração da nova XG Mobile é a conexão Thunderbolt 5. Esse novo padrão oferece uma largura de banda bidirecional de 80 gigabits por segundo (Gbps). Segundo Anthony Spence, representante da Asus ouvido pelo The Verge, a conexão garante até 64 Gbps de banda exclusivamente para a comunicação com a placa de vídeo. Esse número é superior ao que o USB4 oferece e empata com o padrão Oculink, mas com a vantagem de carregar energia e dados de outros periféricos pelo mesmo cabo.

A lógica é simples: se seu notebook tiver uma porta Thunderbolt 5, então você extrairá o máximo de performance da eGPU. Senão, não se desespere. O dispositivo é retrocompatível com Thunderbolt 4 e USB4, mas espere uma performance um pouco mais limitada da GPU devido à menor largura de banda. A grande aposta da Asus é que os notebooks finos e leves de 2025 comecem a adotar o Thunderbolt 5 justamente para se beneficiarem de soluções como esta, transformando-se em desktops de viagem.

Preço e Disponibilidade: A Realidade Chega

Agora, a parte que separa os sonhadores dos compradores. A Asus confirmou ao The Verge que a XG Mobile 2025 não será barata. O modelo topo de linha, com a RTX 5090 mobile, custará $2.199,99. Haverá também uma versão mais "acessível" com uma RTX 5070 Ti mobile por $1.199,99.

Convertendo para a nossa realidade, sem impostos, estamos falando de valores que podem facilmente superar os R$ 10.000. Fica claro que o público-alvo não é quem busca o melhor custo-benefício. Com esse valor, é possível montar um PC desktop completo e mais potente. O produto é para um nicho específico: o profissional ou gamer que precisa de máxima portabilidade sem abrir mão de uma performance gráfica extrema quando chega em casa ou no hotel.

O lançamento global está previsto para o primeiro trimestre de 2025. Resta saber como o mercado, especialmente o brasileiro, reagirá a uma proposta tão potente quanto cara, que redefine o conceito de poder portátil.