Robôs, Dinheiro e um Plano Ousado

A corrida para construir o futuro (ou talvez um roteiro de Hollywood) acaba de ganhar um novo protagonista com um bolso bem fundo. A Figure AI, uma startup californiana com a missão de popularizar robôs humanoides, anunciou nesta terça-feira, 16 de setembro de 2025, que levantou mais de US$ 1 bilhão em uma rodada de financiamento Série C. O aporte financeiro elevou a avaliação da empresa para impressionantes US$ 39 bilhões, consolidando-a como uma potência no setor de inteligência artificial e robótica.

Fundada em 2022, a Figure AI, sob o comando do CEO Brett Adcock, já acumulou quase US$ 2 bilhões em investimentos. Este último cheque, que segundo a empresa “superou US$ 1 bilhão”, foi liderado pela Parkway Venture Capital e contou com a participação de pesos-pesados da tecnologia como Brookfield Asset Management, Nvidia e Intel Capital. É como montar uma seleção de craques para a Copa do Mundo da tecnologia: cada um traz uma peça fundamental para o jogo.

Um Ecossistema em Construção, Peça por Peça

Aqui não se trata apenas de dinheiro. A entrada de investidores como Nvidia e Intel sinaliza a construção de um verdadeiro ecossistema. Pense nisso como uma complexa negociação diplomática: a Figure AI está construindo os "corpos" dos robôs, mas precisa que eles "conversem" fluentemente com o resto do mundo digital. A Nvidia, com seu domínio em processamento para IA, fornece o cérebro; a Intel, com sua expertise em semicondutores, garante a infraestrutura de comunicação. Não é só um investimento, é um acordo de interoperabilidade para o futuro.

De acordo com o comunicado oficial, os recursos serão usados para expandir a frota de humanoides, construir a infraestrutura necessária para acelerar o treinamento desses robôs — movidos por um modelo de IA próprio chamado Helix — e lançar iniciativas avançadas de coleta de dados. Em outras palavras, eles estão construindo não só os robôs, mas toda a plataforma para que eles aprendam e se integrem ao nosso mundo, seja em uma linha de montagem ou na sala de estar.

A Meta Ambiciosa: 100 Mil Unidades em Quatro Anos

Se os números da avaliação já parecem coisa de ficção científica, o plano de produção da Figure AI é ainda mais audacioso. Em julho, a empresa revelou a meta de fabricar 100 mil robôs ao longo de quatro anos. A ideia é que esses humanoides não fiquem restritos a tarefas repetitivas em fábricas e armazéns. Equipados com o modelo de IA Helix, eles são projetados para atuar também como uma espécie de auxiliar doméstico artificial, indo muito além de simplesmente aspirar o chão.

Essa ambição reflete um movimento maior no mercado. Segundo dados da PitchBook, desde o início de 2024, mais de US$ 5 bilhões em capital de risco foram injetados em startups de robótica. O interesse é gigante e o capital está fluindo para transformar o que antes era visto em filmes em uma realidade palpável. A Figure AI, com seu valuation estratosférico, parece estar na vanguarda dessa transformação, com o CEO Brett Adcock chegando a afirmar que a empresa era a ação mais “procurada” no mercado privado.

O Futuro é Humanoide?

A captação bilionária da Figure AI não é apenas uma vitória para a empresa, mas um termômetro de para onde a tecnologia está indo. A convergência entre robótica avançada e inteligência artificial está criando uma nova fronteira de automação. A grande questão que fica é como essas novas tecnologias irão se integrar à sociedade e ao mercado de trabalho. A proposta da Figure AI, apoiada por gigantes da indústria, é que essa integração será profunda e acontecerá em todas as frentes, da indústria pesada às tarefas mais cotidianas. A conversa sobre o nosso futuro ao lado de máquinas inteligentes está apenas começando, e agora ela tem um orçamento de bilhões de dólares para se desenvolver.