Sua IA Claude agora é um estagiário que faz até PowerPoint

Em um comunicado oficial de 9 de setembro de 2025, a Anthropic decidiu promover seu assistente de inteligência artificial. O Claude, até então um ótimo conselheiro de texto, acaba de ganhar superpoderes e foi transformado em um colaborador ativo, capaz de criar e editar arquivos que vivem no nosso dia a dia corporativo. Se a sua rotina envolve pedir para alguém formatar uma planilha ou montar uma apresentação, pode ser que seu novo colega de trabalho seja um algoritmo.

O que exatamente o Claude virou? Um assistente ou um funcionário?

A promessa da Anthropic é direta: diminuir a distância entre uma ideia e sua execução. Para isso, a empresa liberou uma funcionalidade que permite ao Claude criar e editar planilhas do Excel, documentos, apresentações de PowerPoint e até PDFs, tudo diretamente na interface do Claude.ai e no aplicativo para desktop.

A lógica é simples e segue um padrão quase de programação: se você fornecer um conjunto de dados brutos, então o Claude pode devolver uma planilha organizada, com dados limpos, análises estatísticas e até gráficos. Se você descrever um modelo financeiro complexo, então ele constrói o arquivo com fórmulas funcionais e múltiplas abas. O processo é o mesmo para outras tarefas:

  • Trabalho entre formatos: É possível enviar um relatório em PDF e pedir que o Claude o transforme em uma série de slides de PowerPoint.
  • Organização de dados: Notas de uma reunião podem ser convertidas em um documento formal e estruturado.
  • Análise financeira: Um monte de faturas pode se transformar em uma planilha organizada com cálculos de despesas e totais.

Segundo a Anthropic, tarefas como análise de segmentação de clientes, previsão de vendas ou acompanhamento de orçamentos, que normalmente exigiriam conhecimento técnico e horas de dedicação, podem ser resolvidas em minutos de conversa com a IA. É a automação batendo na porta do trabalho de escritório de uma forma muito mais concreta.

Como a mágica acontece: o computador particular do Claude

Para quem se pergunta como isso funciona, a resposta não é exatamente mágica, mas sim poder computacional bem direcionado. A Anthropic revelou que deu ao Claude acesso a um “ambiente de computador privado”. Nesse espaço seguro, a IA pode escrever e executar códigos e programas para produzir os arquivos e análises solicitados pelo usuário.

Isso representa uma mudança fundamental na forma como interagimos com assistentes de IA. Em vez de apenas recebermos respostas em texto, agora recebemos um produto final funcional. A empresa descreve essa evolução como a transformação do Claude de um “conselheiro” para um “colaborador ativo”. A estratégia é clara: enquanto o usuário traz o contexto e a visão estratégica, o Claude cuida da implementação técnica nos bastidores.

Como colocar o novo estagiário para trabalhar (com segurança)

A funcionalidade está sendo liberada gradualmente. De acordo com o anúncio, ela já está disponível em versão de testes (preview) para os usuários dos planos Max, Team e Enterprise. Assinantes do plano Pro terão acesso nas próximas semanas. Para começar a usar, o processo é o seguinte:

  1. Ativar a opção “Upgraded file creation and analysis” nas configurações experimentais da sua conta.
  2. Fazer o upload dos arquivos de base ou simplesmente descrever em texto o que você precisa.
  3. Guiar o Claude através do chat, refinando os pedidos até chegar ao resultado desejado.
  4. Baixar os arquivos finalizados ou salvá-los diretamente no Google Drive.

No entanto, a Anthropic faz um alerta importante que não deve ser ignorado. A empresa afirma que “esta funcionalidade dá ao Claude acesso à internet para criar e analisar arquivos, o que pode colocar seus dados em risco”. A recomendação é monitorar os chats de perto ao usar o recurso, especialmente com informações sensíveis. Ou seja, a conveniência vem com uma dose extra de responsabilidade para o usuário.

A chegada dessa ferramenta ao Claude representa um passo significativo na competição entre os grandes modelos de linguagem. A capacidade de gerar não apenas texto, mas arquivos funcionais e prontos para uso, coloca uma nova pressão no mercado e redefine o que esperamos de uma inteligência artificial no ambiente de trabalho. A questão que fica é: se o estagiário agora é uma IA, quem vai buscar o café?